Cada um sabe onde o poema aperta
Viviane Viana imprime imagens carregadas de emoções que tocam nossos sentidos, apertando aqui e ali, conforme a ludicidade do título prenuncia.
É poesia de vida, é poesia para vida, que poetiza um ser livre, múltiplo, diverso.
Durante o percurso pelas páginas do livro, que nos brinda com espaços para respiros e reflexões, vamos reconhecendo dores, angústias, inquietudes e amores – latentes, adormecidos ou anestesiados – em nós.
São poemas fortes e contemporâneos, habilmente estruturados. A autora é contundente na denúncia da miséria, da desumanização, dos preconceitos.
É também delicada e divide com o leitor suas feridas, parte do subterrâneo de sua alma.
Tudo isso elaborado de forma esmerada e acessível, com entregas fluidas e musicais.
Cada um sabe onde o poema aperta mostra que o sopro da poesia, que vem de dentro, e se manifesta no lirismo da linguagem com inúmeras combinações de movimentos de lábio, língua e boca, está sempre se reinventando e ganhando novos contornos.